terça-feira, 6 de julho de 2010

Os dias se baseiam em horas, que por sua vez são um conjunto de minutos. 60 segundos formam um minuto. O que sería um segundo? O tempo certo para tomar uma decisão.
Estava frio e não tinha muitas coisas. Apenas alguns cigarros e uma mochila carregada de desespero e solidão. Eram quase meia-noite, e me encontrava sozinho no ponto de ônibus, esperando por um motivo para desistir disso tudo.
Era loucura, pensei inúmeras vezes sentado no beliche do meu quarto. Se eu ficasse certamente iria morrer e se eu fosse embora morria do mesmo jeito, porém de um modo mais agradável.
O tempo passava e o número de cigarros ia morrendo. Um, dois, três, sete. Só tinha mais dois e resolvi aguardar.
De longe, ouvi o som inconfundível de um ônibus de linha se aproximando. Certamente não tinha nenhum passageiro. Nunca tinha ninguém. Habituado a isso, o motorista dirigia com as luzes desligadas, para poupar a bateria gastado pelos anos e serviço e pelo pouco investimento no veículo.
É agora, pensei.
Fiz sinal para o motorista parar e ele quase passou reto, mais pelo medo de um passageiro que pela minha vestimenta precária. Só tinha um passe que me serviria para chegar ao centro. Não tinha como voltar. E nem queria.
Entrei, sentei e relaxei encostando minha cabeça no banco mofado.
Nunca mais ninguém soube de minha existência.

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