domingo, 28 de novembro de 2010

Depressão

Eram quase 23 horas. Aquele cheiro de casa suja pairava pelo ar. Sentado no sofá, do seu pequeno apartamento, Frederico fumava um cigarro. Pequenas nuvens de fumaça pairavam sobre a cabeça dele. No som, estava rolando aquele velho cd dos Doors.

"Quando você é um estranho, rostos saem da chuva
Quando você é um estranho, ninguém lembra seu nome
Quando você é um estranho, quando você é um estranho, quando você é estranho"

Realmente a vida do Frederico era muito estranha. Ele simplesmente ficava em casa. Nada além disso. E fumava. Tentava aprender a fazer círculos de fumaça mas era difícil.

Medo. Tristeza. Melancolia.

E nesse mesmo tempo, em algum lugar da cidade, os amigos do Frederico faziam coisas normais. Alguns se ajeitavam numa fila esperando por Entrar num Bar. Mariana transava com o seu namorado. Matias apanhava no meio centro por conta de uma dívida. Maria estava no banheiro da casa da sua avó preparando uma carreirinha de cocaína. A primavera pode ser mais triste que o inverno.

Mutarelli. Dostoiévski. Thompson. Os heróis do Frederico tinham vencido mais uma batalha.

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