sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Todo o amor que houver nessa vida


Saí sem olhar para trás. Alguns amigos não apoiaram minha idéia. Não foi premeditado. Apenas, eu não estava pronto para ver essa cena.

Liguei o carro. Lágrimas silenciosas começaram a escorrer pelo meu rosto. Minha menina-mulher tinha crescido. Mas ela ainda continuava com seu olhar firme e singelo, por aquele que acabei me apaixonando, e infelizmente, não tinha esquecido.

Liguei o som. Todo o amor que houver nessa vida. Melhor trilha-sonora impossível, Né? 

"Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia"

A estrada e eu éramos apenas um. Pensamentos voavam na minha cabeça numa velocidade incrível. Uma tarde no campo. Um vestido branco com laço vermelho. Flores. Vento. Amor. Tudo isso andava na minha cabeça de forma cintilante e era apenas um dos tantos dias que ficamos juntos.

"Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia"

De fato, a música era uma coisa terrível naquele momento. A declamação do amor eterno não é mais do que uma corrida contra o tempo e contra a vontade de uma pessoa. Ainda sozinho, o mundo girava.

"E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não"

Olhei pela janela. A ponte iluminada parecia um caminho a seguir. Uma necessidade primária que tinha que superar e suprir.

Fechei meus olhos por um instante. Gritei. Exclamei seu nome com todas minhas forças. Abri meus olhos.
A luz branca tomou conta de mim. Tranqüilidade. Não amor. Não sense. Próximo sentimento. 

"Eu quero a sorte de um amor tranqüilo..."

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