terça-feira, 29 de setembro de 2015

Resgate emotivo ao som de "Love Will Tears Us Apart"



Quando alguém vá embora assim, tão inesperadamente como Ian Curtis, é impossível não imaginar que uma pessoa não tenha dado uma sinal, um grito de socorro ou um indício que não foi ouvido por ninguém. Ou ninguém quis ouvir. Deixando o campo da emocional de lado, se é que este blog alguma vez o deixará, vamos focar na musicalidade de Love Will Tears Us Apart que, sim, foi o grito de ajuda que Ian deu. A música foi lançada em abril de 1980, apenas umas semanas antes do inesperado suicídio, num 18 de maio. Aos 24 anos.

Ironia do destino, a música que precede a dissolução do mundo material de um jovem triste é, talvez, uma das melodias menos opressivas que a banda Joy Division criou. Já nada nem ninguém podia fazer nada para evitar o final que estava predestinado, mas não contemplado no senso comum e acabou por surpreender até o mais não surpreendente ser de Londres e do mundo. Uma coisa é dizer e outra é viver o que se é dito.  

O que fazer quando alguém grita, pedindo socorro? O comodismo está impregnado em nossa alma, talhado numa pedra rústica que médicos chamam de coração e sociopatas sociais ignoram.

A mulher de Ian, como singela homenagem ao grito não ouvido, escreveu na lápide como mensagem de post-mortem: "Love Will Tear Us Apart" 

Trilha do texto: The Smiths - Asleep 

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